Profissional de bioinfomática

Profissões do futuro: Bioinformacionista transforma dados em conhecimento 

Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre essa carreira, porque ela é relativamente recente. O bioinformacionista atua na prevenção de doenças genéticas e de reprodução humana, além de realizar o mapeamento do genoma humano. Ele combina, dessa forma, a biologia com tecnologia. 

Profissional de bioinformática

O mercado de trabalho está mudando, e este é um processo que não é de hoje, já que algumas mudanças profundas começaram a ganhar força há pelo menos duas décadas, com o surgimento de novas profissões, e com o fim de outras. 

Nos dias de hoje, com o advento da informática, que se consolidou e com a internet, que está cada vez mais presente em todos os momentos da vida das pessoas, é possível afirmar que mais mudanças deverão ocorrer, sendo que algumas, inclusive, já ocorrem agora, no presente. 

Uma das profissões que começam a ganhar força atualmente, e que podem ser consideradas como sendo uma das profissões do futuro atende pelo nome de bioinformacionista, que é a profissão que vamos apresentar nas próximas linhas. Acompanhe a seguir: 

Um mercado promissor pela frente 

Este profissional está cada vez mais presente no mercado, e por este motivo, para ele as oportunidades só tendem a aumentar, já que o futuro é promissor para esta profissão que só faz crescer. 

Um bioinformacionista pode atuar diretamente na área da saúde, realizando pesquisas dentro de pontos que já foram citados anteriormente neste artigo, mas também pode atuar dentro da indústria farmacêutica, desenvolvendo medicamentos a partir de seus estudos dentro da genética humana. 

Extremamente valorizados, os bioinformacionistas chegam a ganhar salários que superam a casa dos 5 mil reais facilmente, e por este motivo, cada vez mais jovens começam a apontar suas atenções para esta carreira, que está entre as mais promissoras da atualidade, sendo muito representativa das mudanças pelas quais passa o mercado de trabalho nos dias de hoje. 

O que é Bioinformática? 

Para quem ainda não sabe o profissional conhecido atualmente como bioinformacionista nada mais é do que um profissional que reúne capacitação e formação na área de genética e também na área de tecnologia. 

Para muitos analistas, o bioinformacionista pode ser considerado como sendo verdadeiro profissional do futuro quando olhamos para a área da saúde, já que ele reúne totais condições de unir avanços tecnológicos de última geração aos conhecimentos geneticistas mais importantes. 

Este profissional é simplesmente o responsável pelo auxílio na atuação pela prevenção de doenças genéticas e também tem papel decisivo no que diz respeito aos estudos relacionados à reprodução humana. 

Outra atribuição que pode ser colocada na "conta" do profissional chamado de bioinformacionista tem a ver com a realização do mapeamento do genoma humano, que neste caso, é feito com a ajuda de sofisticados softwares. 

O que faz um bioinformacionista? 

Basicamente um bioinformacionista faz uso, e/ou desenvolve, ferramentas computacionais (scripts, toolbox, pipelines, workflows) para processar e analisar dados biológicos. 

Com o avanço das tecnologias genômicas, após a década de 80, foi necessário o desenvolvimento e, posteriormente a aplicação, de diversas ferramentas para "dar sentido" aos dados gerados pelos sequenciadores, como por exemplo, as ferramentas utilizadas na montagem de genomas

Nos últimos anos, surgiram outras "ômicas", muitas relacionadas à medicina de precisão, que também demandaram o desenvolvimento, e a aplicação, de diferentes ferramentas utilizadas na área da genômica. 

Além do surgimento de novas áreas, novas ferramentas surgem quase que diariamente. Dessa forma, o bioinformata precisa estar em constante aprendizado. Isso explica o trecho: "Bioinformata é a pessoa que percorre um caminho difícil, cheio de pedras...". 

O aprendizado pode também não se limita a uso de novas ferramentas, mas também de diferentes linguagens de programação, dependendo do perfil de bioinformata que você deseja se tornar. Cada perfil terá seu conjunto de ferramentas e tecnologias, e dependendo do perfil, uma formação específica pode facilitar o seu plano de carreira. 

Qual a formação técnica necessária? 

Apesar de existirem cursos de graduação como informática Biomédica, e programas de pós-graduação em Bioinformática e/ou Biologia Computacional - que dão uma base excelente para atuação na área - atualmente não existe uma regulamentação que limite a atuação como bioinformata à cursos específicos. 

Geralmente profissionais que trabalham com bioinformática tem uma formação relacionada com a área de Ciências Biológicas, como por exemplo: 
  • Biomedicina 
  • Biologia 
  • Biotecnologia 
  • Informática Biomédica 
  • Farmácia 
No entanto, o profissional também pode ter formação na área de Ciências Computacionais, como Sistemas da Informação, etc. 

Dependendo do perfil do bioinformata, algumas formações podem facilitar seu plano de carreira. Por exemplo, um profissional da área computacional pode ter mais facilidade em atuar com bioinformata engenheiro, enquanto um profissional da área de biológicas pode ter facilidade em atuar como cientista ou usuário m bioinformática. No entanto, nenhum desses fatores é limitante, tenha isso em mente. 

Além dos cursos de graduação, normalmente bioinformatas realizam alguma pós-graduação - como especialização, mestrado ou doutorado - onde executam projetos de bioinfomática que lhes fornece a bagagem necessária para atuar na área. 

Quais as principais ferramentas? 

Como a bioinformática envolve diversas ômicas, existe atualmente uma infinidade de ferramentas a depender da área, e da tecnologia de geração dos dados, algumas das mais populares, por tipo de análise na área genômica, são: 
  • Processamento e tratamento de dados de sequenciamento illumina: bcl2fastq, Trimmomatic, fastp, MultiQC; 
  • Mapeadores por referência: Bowtie2, BWA; 
  • Montadores genômicos denovo: Spades, Velvet, Abyss; 
  • Alinhamento múltiplo de sequências: Mafft; Muscle, Clustal; 
  • Alinhamento par-a-par em larga escala: BLAST, DIAMOND, Kraken2; 
  • Análise filogenética: IQTREE-2, PhyML, RaxML, BEAST, MrBayes; 
  • Ferramentas comumente usadas em genômica: samtools, bcftools, vcftools, bedtools, picard, gatk, freebayes, snpEff, DRAGEN. 
Além de ferramentas e caixas de ferramentas "toolbox", linguagens de programação como Shell Script, Python, R e, mais recentemente, Julia e Rust são comumente utilizadas para criação de scripts e ferramentas em bioinformática. 

Outras tecnologias como linguagens para desenvolvimento de workflows com WDL, Snakemake e Nextflow, bem como plataformas para versionamento, como Github, gerenciamento de containers, como Docker, e computação na nuvem, como AWS, vem também se popularizando na bioinformática. 

Onde um bioinformacionista pode atuar? 

Apesar da formação do bioinformata estar, ainda, muito atrelada ao meio acadêmico, além do bioinformata trabalhar como um pesquisador, professor ou técnico concursado, existem algumas opções fora da academia: 
  • Freelancer: Ofertando serviços de análise e processamento de dados para diferentes grupos, sob demanda; 
  • Regime CLT: Trabalhando para empresas que trabalham com análise e processamento de dados biológicos, em regimes CLT; 
  • Regime PJ: Trabalhando com oferta de serviços por meio de contratos específicos para empresas no Brasil ou no Exterior. 
Outro ponto interessante relacionado ao trabalho como bioinformata, é a possibilidade de executar suas atividades em diferentes modelos de rotina: presencial, híbrido ou remoto, sendo o último uma ótima alternativa para quem busca um estilo de vida com rotinas de trabalho em horários mais flexíveis. 

Qual o salário de um bioinformacionista? 

Atualmente, a média salarial de um bioinformata no Brasil, de acordo com a plataforma Glassdoor, é de R$ 5.560,00, sendo um salário de R$ 3.000,00 e R$ 8.000,00 considerados como baixo e alto, respectivamente. 

O salário pode variar também com o nível do cargo, assim como na área de TI, tem se tornado comum na bioinformática cargos terem níveis de senioridade, como Júnior, Pleno e Sênior, onde cada nível requer um conjunto de soft e hard skills, o que reflete na diferença salarial. 

E por fim, além dos níveis de senioridade, algumas empresas adotam também hierarquias de níveis dentro de cada categoria, isto tudo, geralmente, está descrito no plano de carreira da empresa. Definir o profissional bioinformata tem sido uma tarefa tão difícil quanto definir a área de bioinformática em si. 

Onde estudar bioinformática? 

Antes de seguirmos o texto, lembre-se: dentro de cada instituição há inúmeros grupos de pesquisa com diferentes focos. O bioinfomata poderá trabalhar com saúde, cosméticos, agropecuária, dentre outros, assim como escolher entre desenvolver um algoritmo genérico ou analisar amostras específicas. 

Basta dar uma pesquisada nos orientadores e linhas de pesquisa e ver quais os pré-requisitos para começar a integrar a equipe que tem mais sua cara! Confira algumas instituições: 
  • Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG 
  • Universidade de São Paulo - Unip 
  • Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
  • Instituto Oswaldo Cruz - IOC 
  • Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC 
  • Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP 
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 
  • Sociedade Internacional de Biologia Computacional - ISCB 
Neste artigo, apresentamos os principais pontos relacionados a essa carreira, buscando informar quem deseja se tornar um profissional nesta área, ou apenas tem curiosidade com o que trabalha um bioinformata. Se gostou do artigo, curta e compartilhe conhecimento. Gratidão por ler até aqui... 

Implementação: 

Introdução à Programação para Bioinformática com Biopython 

Este livro se destina a profissionais de diversas formações que necessitem analisar dados biológicos, tais como bioinformatas, biólogos, geneticistas, biomédicos, microbiologistas, físicos, químicos e até mesmo a profissionais de tecnologia da informação. Se destina a todo aquele que quer se aventurar no universo da Bioinformática e deseja ter um guia para seus primeiros passos na programação para Bioinformática. Esta leitura não tem por objetivo apresentar métodos avançados para análises de dados biológicos, mas sim apresentar os conceitos básicos de programação, uma visão geral da biblioteca Biopython, e acima de tudo, incentivá-los a estudar mais sobre programação e ir mais além. Boa leitura... 

Comentários