O que é Taxa Referencial (TR) e como ela impacta seus investimentos?
A Taxa Referencial (TR) é uma taxa de juros utilizada como indexador para alguns contratos financeiros no Brasil, como por exemplo, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e algumas modalidades de empréstimos e financiamentos.
Você sabe o que é Taxa Referencial e qual a sua importância? Muitas pessoas não conhecem esse termo, mas ele é bastante popular no mundo dos investimentos.
Durante a leitura, você ainda descobrirá como é calculada a Taxa Referencial de juros e quais impactos ela causa nos títulos públicos. Continue lendo o texto até o fim para saber mais a respeito desse assunto. Acompanhe a seguir:
O que é a Taxa Referencial?
A Taxa Referencial, conhecida como TR, é uma taxa de juros de referência, ou seja, um indicador geral da economia brasileira. Por isso, é utilizada na hora de calcular o rendimento de determinadas aplicações financeiras, como títulos públicos e a poupança.
Ela foi criada no ano de 1991 e surgiu em meio a um pacote de medidas econômicas chamado de Plano Collor II - assim nomeado por causa do Presidente do Brasil naquela época, Fernando Collor de Mello. Quando foi lançada, ela tinha dois objetivos claros: a desindexação e o combate à hiperinflação. Ele interfere em diversos ativos como:
- Títulos do Tesouro Direto
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
- Caderneta de Poupança
- Alguns financiamentos imobiliários
Como é calculada a Taxa Referencial?
A Taxa Referencial (TR) é calculada diariamente e divulgada pelo Banco Central do Brasil. O cálculo da TR é baseado na média ponderada das taxas de juros das operações de empréstimos interbancários, empréstimos ao governo e títulos públicos federais. O cálculo é feito da seguinte forma:
- O Banco Central coleta as taxas de juros praticadas pelos bancos que participam das operações de empréstimos interbancários, empréstimos ao governo e títulos públicos federais.
- As taxas coletadas são ordenadas do menor para o maior valor.
- São selecionadas as taxas situadas entre o 15º e o 75] percentil, que são as taxas consideradas mais representativas do mercado.
- Essas taxas selecionadas são ponderadas pelo valor do volume negociado em cada operação, para que o resultado final reflita a média ponderada dessas taxas.
- O valor da TR é calculado a partir dessa média ponderada de taxas, com arredondamento para três casas decimais.
📌 Vale lembrar que, desde 2017, a TR tem se mantido em patamares muito baixos.
Para encontrar o valor da taxa TR, a seguinte fórmula é aplicada:
R = a+b x TBF
Nessa fórmula:
- R é o redutor
- a é um valor fixo igual a 1,005 (valor definido na criação da TR)
- b depende do valor da TBF e é divulgado pelo Banco Central
- TBF é a Tarefa Básica Financeira
Depois de encontrar o valor de R, basta substituir os valores na fórmula abaixo e encontrar o valor da TR:
TR = 100 x [ ((1+TBF)/R - 1]
É importante ressaltar que quando o cálculo da TR dá um valor negativo, ele passa a ser considerado como zero. Essa é uma convenção do próprio Banco Central. Então, é por isso que você talvez nunca tenha visto uma tabela TR com valores negativos. Nesses casos, o BC divulga o percentual sempre zerado.
Quais os impactos da TR nos seus investimentos?
No começo deste artigo, mencionamos que a TR é frequentemente ligada ao mundo dos investimentos. Também dissemos que ela impacta diretamente alguns temas de interesse geral, como o FGTS e Poupança. No entanto, como será que isso acontece na prática? Vamos descobrir?
TR e Poupança
É uma das aplicações mais afetadas pela TR. Isso se dá desde 2012, quando o governo fez uma mudança na forma de calcular como as cadernetas rendem:
- Com a taxa Selic acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês somado ao valor da TR.
- Se a Selic anual está igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança será de 70% da taxa Selic + a TR.
Taxa Referencial e o FGTS
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é um direito trabalhista - pessoas assalariadas podem resgatar esse valor de acordo com algumas regras. Como fica guardado por muito tempo, o governo estabelece uma rentabilidade para o Fundo. Atualmente, ela é calculada em 3,0% ao ano + a TR.
TR e títulos de capitalização
Os títulos de capitalização são aplicações oferecidas pelos bancos. Elas rendem exatamente de acordo com a Taxa Referencial que corresponde ao período em que o dinheiro ficou aplicado.
Taxa Referencial e financiamentos imobiliários
É oportuno frisar que nem todos os financiamentos imobiliários sofrem impactos causados pela TR. Ela se aplica somente aos imóveis que fazem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), mantido pela Caixa Econômica Federal.
Nesse caso, os valores são corrigidos por juros fixos - definidos pela própria instituição bancária - mais a TR. Mas afina, como a Taxa Referencial se aplica aos títulos públicos? É o que veremos com detalhes no próximo tópico.
Como a TR se aplica aos títulos públicos?
Você provavelmente já ouviu falar em títulos públicos, não é mesmo? Afinal, eles são uma das modalidades mais populares entre as pessoas que investem. Geralmente, são os favoritos de quem prefere aplicações seguras, mas com rentabilidade maior que a da poupança.
Como o próprio nome sugere, eles são emitidos pelo governo federal. É como se você emprestasse seus dinheiro e, depois de tempo combinado, recebesse esse valor acrescido de juros.
Antigamente, alguns títulos - como o NTN-H e o NTN-P - tinham suas rentabilidades atreladas à variação da Taxa Referencial. No entanto, eles não estão mais disponíveis para compra, embora alguns investidores ainda possam tê-los em suas carteiras.
Ainda assim, existem outros títulos públicos que podem ser bastante rentáveis. Veja abaixo, algumas opções que são negociadas atualmente. Quem sabe uma delas não se encaixa perfeitamente em seus objetivos?
Tesouro Prefixado (LTN)
Um dos clássicos do Tesouro Direto. Ao adquirir um título desses, você sabe com precisão qual será a rentabilidade que receberá no fim do prazo do investimento. Isso porque ele rende de acordo com uma taxa fixa, definida no momento de compra.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
É uma variação do título anterior. Nessa modalidade, porém, você recebe os juros semestralmente, conforme o que foi estabelecido pelo Tesouro na data de emissão.
Tesouro IPCA (NTN-B Principal)
O Tesouro IPCA é um título híbrido: sua rentabilidade é definida por uma taxa de juros prefixada no momento da compra mais uma taxa pós-fixada, normalmente ligada à variação do IPCA, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Tesouro IPCA com juros semestrais (NTN-B)
É uma variante, com juros semestrais, do Tesouro IPCA que acabamos de mencionar.
Tesouro Selic (LFT)
Trata-se de um título pós-fixado, ou seja, sua rentabilidade varia de acordo com um índice. Nesse caso, é a taxa Selic. No tesouro Selic, é impossível saber antecipadamente quais serão os valores alcançados até a data de vencimento. De qualquer modo, é possível ter uma estimativa.
Como investir do jeito mais fácil e mais rentável?
Como vimos até aqui, a Taxa Referencial tem forte presença na economia de nosso país. Apesar disso, títulos e ativos em geral relacionados a ela não têm um rendimento interessante. A caderneta de Poupança exemplificada isso muito bem.
Sendo assim, é fundamental pesquisar para encontrar o melhores investimentos e fazer com que seu dinheiro possa render de verdade. Afinal, essa é uma ótima forma de realizar alguns de seus sonhos e objetivos, concorda?
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