Indexadores financeiros

Quais os mais usados nos investimentos? 

Você conhece o conceito de indexador econômico ou financeiro? Apesar da natureza técnica desse jargão econômico, ele está presente na vida de todos de modo mais frequente do que imaginamos, incluindo no mundo dos investimentos. 

Indexadores financeiros

Os indexadores financeiros são índices econômicos usados como referências para ou corrigir contratos na economia ou atualizar o valor de um ativo, afetando assim a rentabilidade final destes. Os principais indexadores utilizados hoje são o IPCA, o IGP-M, a taxa Selic e a taxa DI - ou "taxa do CDI". 

A rentabilidade dos principais investimentos de Renda Fixa está atrelada a um indexador financeiro. Portanto, aqui você aprenderá o que são os indexadores financeiros, sua utilidade no mercado e relação com a rentabilidade dos investimentos, sobretudo nas aplicações de Renda Fixa

A ideia é que você esteja mais consciente e preparado para identificar as melhores oportunidades para alocar o seu dinheiro. Vamos lá? 

O que é um indexador financeiro? 

Inicialmente, vamos abordar o que são indexadores financeiros. Essas taxas, como veremos a seguir, são muito utilizadas para ler o cenário econômico do país, mas também ocupam funções determinantes nos ganhos via investimentos. 

Um indexador é um índice ou uma taxa de referência usada como fator de reajuste de contratos na economia ou para determinar a rentabilidade de um investimento de Renda Fixa pós-fixado. Quando falamos que um contrato de aluguel, por exemplo, foi reajustado conforme o IGP-M, isso significa que ele utilizou esse índice para corrigir o valor após um determinado período. 

O mesmo vale nos investimentos de Renda Fixa. Se você ler o ouvir que um investimento rende, por exemplo, 100% do CDI, retorna a variação do IPCA ou acompanha a taxa Selic, também quer dizer que as aplicações em questão usam o CDI, a inflação e a Selic como indexadores. 

Importante: a ideia de acompanhar a inflação ou a taxa de juros permite aos investidores e gestores de mercado traçarem estratégias de acordo com o cenário macroeconômico atual e futuro, servir como um mecanismo de proteção, além de atrelar a rentabilidade a uma taxa conhecida. 

Os indexadores são tão importantes que possuem uso como taxa de reajuste em diversas áreas econômicas, tais como: 
  • Servir com base para negociação de salários; 
  • Concessão de empréstimos e financiamentos; 
  • Correção do valor dos aluguéis residenciais e comerciais; 
  • Reajuste de contratos de prestação de serviços; 
  • Rentabilidade dos títulos públicos e privados; 
  • entre outras. 

Como os indexadores afetam os investimentos? 

Como dissemos, os indexadores também vão afetar diretamente a rentabilidade dos investimentos de Renda Fixa, especialmente nos pós-fixados. 

Prefixados 

No caso das aplicações prefixadas, aquela que você conhece a rentabilidade no momento em que aplica, não há influência direta dos indexadores. 

Se tal investimento estabelece em contrato um rendimento de 10% ao final do período, será esse o seu retorno, independentemente da variação da inflação, da Selic ou quaisquer outros fatores externos

Pós-fixados 

No caso dos pós-fixados, haverá total dependência do valor dos indexadores. Tomemos como exemplo os títulos do Tesouro Direto. Alguns deles remuneram a variação do IPCA ou da Selic durante o tempo que o seu dinheiro esteve aplicado acrescida de uma taxa de juros prefixada. 

O mesmo ocorre com os investimentos que acompanham o CDI (90%, 100%, 120% do CDI e por aí vai). O quanto você terá de retorno está atrelado às variações acumuladas da taxa DI enquanto seu patrimônio esteve exposto a esta taxa. 

Então, a rentabilidade final vai depender de quanto a inflação ou a taxa básica de juros vão variar no período. Portanto, não é possível saber o ganho exato no momento da aplicação. Lembrando que, basicamente, as aplicações de Renda Fixa possuem a seguinte mecânica do ponto de vista do investidor: 

Indexadores financeiros

Quais são os principais tipos de indexadores dos investimentos? 

Logo, é muito importante ter atenção ao escolher os melhores investimentos de Renda Fixa para aplicar, especialmente no indexador que eles acompanham. Os principais indexadores usados como referência de rentabilidade nos investimentos são: 
  • IPCA: Índice oficial de inflação no Brasil medido pelo IBGE. 
  • IGP-M: Índice de inflação nacional medido pela Fundação Getúlio Vargas. 
  • Selic: Taxa básica de juros da economia brasileira. 
  • Taxa DI ou taxa do CDI: Taxa de juros usada em empréstimos interbancárias. 
De forma resumida, confira abaixo a característica fundamental de cada uma dessas taxas citadas: 

Indexação pelo IPCA 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é a taxa oficial de inflação do Brasil medida pelo IBGE. Ele existe com o intuito de medir a variação média dos preços de uma cesta de bens e serviços mais consumidos pelas famílias. 

Nos investimentos, há investimentos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+. Além disso, serve como medida de ganho real das suas aplicações. Isto é, se seus investimentos estão rendendo acima da inflação oficial, significa que conseguiu ganhar além da perda do poder de compra do dinheiro. 

Indexação pelo IGP-M 

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), também é um medidor mensal e anual de inflação. Este é apurado pela Fundação Getúlio Vargas e, diferente do IPCA, incorpora as medições de preços em diferentes etapas do processo produtivo e não apenas o valor final dos itens ao consumidor. 

O índice existe desde a década de 1940 e é muito utilizado no reajuste de contratos de aluguéis e de prestações de serviços. 

Indexação pela Selic 

A taxa Selic é a mais básica taxa de juros da economia brasileira. Ela será usada como o principal mecanismo do Comitê de Política Monetária (COPOM), no combate à inflação. Com os aumentos e reduções da Selic, o Banco Central procura regular o "custo do dinheiro", precificando a concessão de crédito e a circulação de moeda na economia. 

Essa taxa serve como indexador, por exemplo, do Tesouro Selic, um título público que remunera o valor da taxa básica mais uma porcentagem de juros prefixados. Além disso, servirá como referência para o valor da taxa DI que conheceremos a seguir. 

Indexação pelo CDI 

Por fim, temos a indexação pelo CDI, que é a sigla para Certificado de Depósitos Interbancários (CDI), a medida mais elementar de rentabilidade da Renda Fixa. 

A taxa DI - ou "taxa do CDI" - é o valor dos juros cobrados quando os bancos tomam empréstimos entre si. Como esses empréstimos usam públicos como garantia, é natural que a taxa do CDI acompanhe de perto a taxa Selic. 

Muitos investimentos de Renda Fixa usam o CDI como referência de rentabilidade, como os Certificados de Depósito Bancário (CDB). Então, será muito comum o investidor se deparar com a apresentação de aplicações que rendem determinada porcentagem do CDI. 

Como a Selic impacta na vida das pessoas? 

A Selic é um mecanismo que pode ser usado para acelerar ou desacelerar a economia. Quando ela está baixa, a oferta de crédito tende a aumentar e facilitar o acesso das pessoas ao consumo, aumentando a circulação de dinheiro no mercado e fomentando taxas mais baixas de juros. 

Por outro lado, quando ela está alta, a intenção é contrária, é desacelerar a economia, diminuindo o acesso ao crédito, buscando reduzir o consumo, a circulação do dinheiro no mercado e a inflação. 

Como a Selic impacta nos investimentos e no Tesouro Direto? 

A poupança está diretamente ligada à Selic e muda sua rentabilidade a partir das suas variações. Quando ela está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado acrescido da Taxa Referencial, a TR. Quando ela está abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento é 70% da Selic + Taxa Referencial. Por isso, quando a Selic está alta, a poupança tem rendimentos menores do que outros investimentos de renda fixa. Então, fique atento para não perder bons investimentos! 

Já no caso do Tesouro Direto, o Tesouro Selic é indexado pela taxa Selic. Além de ser mais seguro que os demais investimentos de renda fixa, por ser um título do Tesouro Nacional, ele também pode ter um rendimento acima da Selic, quando carregado até o vencimento do título. 

O que é o IPCA? 

O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou seja, é o indicador que acompanha as variações de preços de diversos produtos e serviços do mercado. E por isso, ele é considerado, pelo Banco Central, o índice brasileiro oficial da inflação ou deflação. 

Ele é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que avalia os produtos e serviços consumidos pela população e os valores gastos em cada um deles. 

Para explicar melhor: mensalmente o IBGE avalia, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil estabelecimentos espalhados pelas principais áreas urbanas do país, por meio da medição das variações de preços de uma cesta de produtos e serviços. 

Nesta cesta há diversos itens como alimentos, bebidas, vestuário, transporte, produtos para animais de estimação, higiene e beleza, serviços básicos, como consumo de energia elétrica e água, e tecnológicos, como assinatura de internet, streamings, entre outros. Outro ponto relevante é que, por conter diferentes pesos para cada um dos produtos e serviços avaliados, também é possível avaliar quais os impactos essas alterações de preços têm no orçamento das famílias brasileiras. 

Como o IPCA impacta na vida das pessoas? 

A variação do IPCA ou a inflação pode impactar na sua vida, fazendo com que o seu dinheiro perca o valor, ou seja, perca o seu poder de compra. Nesse caso você não vai conseguir comprar as mesmas coisas que comprava antes com a mesma quantidade de dinheiro. 

Por exemplo, se os preços das coisas que você costuma comprar mês a mês, como arroz, feijão, pão, frutas, combustível, etc. subirem e o seu salário continuar o mesmo, você não conseguirá comprar as mesmas coisas, irá comprar menos itens. 

Porém, há diversos investimentos atrelados à inflação, que podem proteger o seu patrimônio contra a perda de poder de compra. Um deles é o Tesouro Direto IPCA+. 

Qual o impacto do IPCA nos investimentos? 

A variação do IPCA acompanha as mudanças dos preços ao consumidor. Se ele está aumentando, a tendência é que o Banco Central aumente a taxa Selic como forma de desacelerar a economia, se ele está caindo a tendência é que a taxa de juros caia para ajudar a fomentar o consumo no país. 

A Selic é um dos principais indexadores de investimentos da renda fixa, incluindo o Tesouro Direto, e serve como referência para o valor da taxa DI. E como visto acima, é a principal ferramenta usada pelo Banco Central para controlar a inflação. 

O movimento desses indicadores econômicos faz com que os rendimentos e o valor de alguns títulos atrelados a eles oscilem, para mais ou para menos. Não se esqueça do conceito de marcação à mercado. Mas, há investimentos atrelados ao IPCA que garantem rendimento acima da inflação: o Tesouro Direto IPCA+, com juros semestrais ou não, é um exemplo disso. 

Como o IPCA impacta no Tesouro Direto? 

Como você já sabe, a economia é dinâmica e bastante complexa e podem acontecer oscilações em resposta a diversos fatores, como políticas sociais, financeiras, geográficas, políticas, desastres climáticos, pandemias e outros. Entre outras palavras, muitos são os fatores que podem provocar a alta da inflação e você precisa estar atento a isso. 

O Tesouro Direto é um investimento de renda fixa que possui tanto títulos prefixados, como pós-fixados, no caso o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+. Este último sofre influência da inflação vigente, ou seja, o rendimento dos títulos do Tesouro IPCA+ é composto pelo IPCA acumulado mais a taxa de juros real contratada no momento do investimento. Assim, são garantidos rendimentos acima da inflação. 

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