O que são investimentos high yield, high grade e high quality?
Quem quer investir, procura sempre o melhor. Contudo, muitas vezes, seja por falta de conhecimento sobre o assunto ou pelas muitas alternativas disponíveis no mercado, a análise e a escolha dos ativos se torna muito trabalhosa.
High yield, high grade e high quality são termos usados para classificar diferentes tipos de investimentos. High yield refere-se a investimentos com alto retorno, mas também com alto risco. High grade se refere a investimentos de baixo risco, mas também com baixo retorno. High refere-se a investimentos de alta qualidade, como ações de empresas bem estabelecidas e rentáveis, com um histórico de desempenho sólido e estável.
Alguns indicadores e características dos ativos permitem identificar com mais facilidade onde investir para ganhar mais. Neste artigo, você aprenderá o que são os conceitos de high yield, high grade e high quality e como eles te ajudam a descobrir os melhores investimentos do mercado. Com isso, estará pronto para montar uma carteira vencedora, que gere renda passiva e mais resiliente no longo prazo. Vamos lá?
O que significa high yield?
Inicialmente, vamos conhecer o que o mercado quer dizer quando se refere a um investimento como sendo de high yield (alto rendimento, em português). Geralmente, na relação risco x retorno, esse termo é aplicado aos ativos que oferecem um retorno (yield) acima da média do mercado.
Os investimentos high yield são aqueles de Renda Fixa ou Variável que oferecem remuneração em juros acima da média.
Mas por que um título oferecia uma rentabilidade acima dos demais? Isso está diretamente ligado ao risco de crédito e inadimplência associado a eles. Se a chance de que o devedor não honre o título ou fique inadimplente é maior, é natural que os emissores ofereçam taxas de juros mais altas por eles.
Características dos títulos e investimentos high yield
Normalmente, esses títulos serão emitidos por empresas menores, que precisam se capitalizar rapidamente no mercado, ou por empresas consolidadas, mas com um alto patamar de endividamento, o que aumenta o seu risco de crédito.
Para caracterizar um título como high yield, o mercado observa a sua nota de risco de crédito, também chamada rating. Elas são oferecidas em uma escala de menor para maior qualidade de crédito por agências independentes, como Moody's, Fitch e Standard & Poor's.
Se o título possui rating abaixo de determinado patamar na agência de risco, ele é classificado como high yield. Tal avaliação das agências considera ainda: o desempenho operacional da companhia ou Fundo, indicadores financeiros, endividamento, histórico de inadimplência, alavancagem, índices de liquidez, localização, entre outros. Portanto, o enquadramento nesse conceito apresenta as características:
- Rentabilidade alta: uma vez que são mais arriscados, oferecem retornos maiores, substancialmente maiores do que a média do mercado.
- Volatilidade alta: apresentam maior oscilação nos preços pelo seu nível de incerteza e risco.
- Risco de crédito elevado: há uma chance maior de "calote" nesse tipo de título, tornando-se mais arriscado do que outros ativos.
- Rating: a qualidade de crédito é menor, logo, gera notas de rating nas escalas mais baixas.
- Menor liquidez: geralmente, possuem liquidez menor, pois são menos procurados.
- Tamanho da garantia: o perfil, qualidade e tamanho das garantias por trás do título também influenciam sua nota de crédito.
Tipos de investimentos high yield
Como dissemos, os investimentos high yield ieldsão os que assumem um rating de crédito pior. Alguns exemplos são:
- Ações
- CDBs de bancos menores
- LCIs e LCAs com maior risco de crédito
- CRIs e CRAs com maior risco de crédito
- Debêntures
- Fundos de Renda Fixa e Multimercados
- Fundos Imobiliários de Papel
- entre outros.
Logo, se você deparar com um título que oferece uma remuneração em juros maior do que a média, avalie quais são os riscos envolvidos nessa aplicação, se há cobertura do FGC, a liquidez e as regras de entrada e saída.
Os investimentos high yield elevam o perfil de risco da sua carteira de Renda Fixa. Você pode investir neles sem problema algum, mas é recomendado evitar exposição excessiva em relação ao seu patrimônio total.
Fundos Imobiliários (FIIs) high yield
No caso dos Fundos Imobiliários (FIIs), especialmente os FIIs de Papel, a composição das suas carteiras inclui o investimento em CRIs e cotas de outros Fundos. Portanto, eles também podem ser classificados com high yield em alguns casos.
Isso quer dizer que o seu portfólio inclui investimentos que, por um lado, aumenta o dividend yield do investimento, mas por outro eleva o risco do investimento. São exemplos de FIIs high yield:
- KNHY11: Kinea High Yield CRI
- VSLH11: Versalhes Recebíveis Imobiliários
- URPR11: Urca Prime Renda
- HCTR11: Hectare CE
- DEVE11: Devant Recebíveis Imobiliários
- RBRY11: RBR Private Crédito Imobiliário
Tenha atenção que a composição da carteira do FII pode sempre mudar e, consequentemente, o mercado alterar sua classificação. É sempre importante abrir o relatório gerencial do FII, estudar a composição da carteira e verificar se o nível de risco é compatível com seu perfil.
O que é high grade?
Por outro lado, também temos os títulos e investimentos que o mercado chama de high grade (alto grau de investimento, em português). Eles seguem os mesmo critérios para classificação que falamos antes, ou seja, o rating do risco de crédito.
Os investimentos com o selo high grade oferecem baixo risco de crédito de inadimplência para seus investidores.
Logo, esses títulos tem melhores notas nas classificações de rating e, pela lei do risco x retorno, oferecem rentabilidade menor, uma vez que são mais seguros.
Por exemplo, algumas agências de risco atribuem nomenclaturas como "AAA", "AA+", "AA-", "AA", entre outras como altas notas de rating. Muitos investidores costumam fazer a diversificação aplicando tanto em produtos high yield como high grade, equilibrando o risco geral da carteira, de acordo com o perfil de investidor.
Características de títulos e investimentos high grade
Ao contrário dos investimentos high yield, os high grades são emitidos por empresas com alto nível de capitalização, companhias consolidadas, com endividamento controlado e melhor histórico de inadimplência. Entre outros fatores, isso faz com que as notas recebidas das agências de classificação de risco sejam maiores.
Mesmo oferecendo um rendimento menor, o investimento nos produtos com esse perfil vale a pena, especialmente para o longo prazo, pois reduzem significativamente o nível de risco da carteira e ajudam o seu patrimônio a passar pelos momentos de crise com mais resiliência. Suas principais características são:
- Rentabilidade baixa: uma vez que são mais seguros, sua remuneração em juros é menor.
- Risco de crédito menor: há remotas chances de que haja calotes nesses tipos de títulos.
- Rating maior: a qualidade de crédito é maior e, portanto, recebe notas de rating nas escalas mais altas.
- Maior liquidez: por serem mais seguros, são mais procurados pelos investidores.
- Menor volatilidade: possuem pouca volatilidade nos preços, pois são de maior confiança e rentabilidade esperada.
Tipos de investimentos high grade
Como dissemos, os investimentos dessa classe serão os com notas de rating maior, tais como:
- Ações
- Títulos públicos
- CDBs de grandes bancos
- LCIs e LCAs com menor risco de crédito
- CRIs e CRAs com menor risco de crédito
- Fundos de Renda Fixa e Multimercados
- Fundos Imobiliários de Papel
- entre outros.
Fundos Imobiliários (FIIs) high grade
Da mesma forma, os FIIs de papel podem ter em suas carteiras produtos como os CRIs e cotas de outros Fundos, o que permite a sua leitura como high grade em algumas situações.
Dessa forma, eles tornam a sua carteira de Fundos Imobiliários mais segura e menos volátil. São exemplos de FIIs high grade:
- RBRR11: RBR Rendimento High Grade
- KNCR11: Kinea Rendimentos Imobiliários
- CVB11: VBI CRI
- MGCR11: Mogno CRI High Grade
- RBHG11: Rio Bravo Crédito Imobiliário IV
Fundos middle risk
Contudo, tenha consciência de que, especialmente no caso dos Fundos Imobiliários, nem sempre vai ser tudo um caso extremo, isto é, 100% high yield ou 100% high grade.
Alguns FIIs podem moldar suas carteiras com investimentos dos tipos, sendo classificados como middle risk (risco intermediário).
A ideia é aumentar o valor do rendimento do Fundo, mas também não torná-lo muito arriscado. São exemplos de FIIs middle risk:
- RECR11: REC Recebíveis Imobiliários
- MCC11: Mauá Capital Recebíveis Imobiliários
- CPTS11: Capitania Securities II
- KNSC11: Kinea Securities
- BCR11: Banestes Recebíveis Imobiliários
O que é high quality investment?
Por fim, temos ainda os chamados high quality investments (investimentos de alta qualidade, no português). Nesse caso, o conceito não se refere à nota de rating do investimento em si, mas sobre seus aspectos gerais.
O high quality investment é uma abordagem que busca ações, Fundos e títulos com as melhores características associadas ao factor investing valor, crescimento, tamanho, endividamento, resiliência em crises e retorno crescente aos acionistas.
Logo, o intuito principal é construir um portfólio de aplicações de alta qualidade que tenham potencial para um bom desempenho em todas as condições de mercado.
Procurar investimentos dessa maneira provou sua eficiência nas últimas décadas e tende a fornecer retornos mais uniformemente distribuídos entre os ciclos econômicos. Além disso, também demonstra características defensivas durante os momentos de baixa do mercado sem comprometer a potencial retorno quando os preços voltam a subir.
Como você viu, é possível obter o melhor dos dois mundos (rendimento alto e segurança) por meio de uma diversificação bem realizada. Para fazer essa construção de carteira com mais facilidade, conte com um assessor de investimentos qualificado para lhe ajudar no processo.
Investir na sua educação contínua e acreditar na sua capacidade de se transformar para melhor. Comece agora mesmo a realização dos seus sonhos! Se gostou do artigo, curta e compartilhe conhecimento. Gratidão por ler até aqui...
Implementação:
Diversificação Internacional para Carteira de Investimentos
Desde o início das negociações em bolsa de valores, há estudos sobre seu comportamento, sua evolução e modelos econômico-financeiros para os mais diversos fins. Criações de teorias como as de Markowitz e Sharpe se tornaram escolas clássicas, utilizadas até os dias atuais para estudos de dados históricos. Nesse sentido, o objetivo desta obra foi analisar as correlações entre índices acionários de países diferentes entre 1999 e 2014 e verificar a relação entre esses índices, variações cambiais, distância geográfica e volatilidade dos índices das bolsas. Uma metodologia simples, mas não simplória, com cortes trienais para análise de sua evolução e conclusão do objetivo proposto. Nos períodos analisados, estudou as significâncias nas correlações dos retornos da bolsa de valores em nível. Também foi pesquisada a significância estatística entre as variáveis dependente e independente na correlação do câmbio e índices acionários. Boa leitura...
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