O que é ser inteligente? Daniel Goleman trouxe novas respostas para essa pergunta. Quem é ele e como contribuiu para a educação socioemocional?
Daniel Goleman nasceu em 7 de março de 1946 na cidade de Stockton, Califórnia. Com PhD em Harvard, foi reconhecido pela The Wall Street Journal como um dos pensadores mais influentes no âmbito da inteligência emocional.
Psicólogo focado nos avanços dos estudos do cérebro e ciências comportamentais e jornalista científico, ele revolucionou a maneira de pensar a inteligência, transformando as práticas e o desempenho da educação, ressignificando o mundo dos negócios e expandindo as fronteiras da Psicologia e da Neurociência.
Goleman trouxe um olhar detalhado sobre o conceito da mente racional e da mente emocional, explicando, de forma clara, concisa e apropriada que as duas mentes moldam nosso destino. O psicólogo esclareceu que tanto a decadência do fracasso quanto o êxito da vitória não são determinados por fatores genéticos, já que nossos circuitos cerebrais são flexíveis e podem ser trabalhados.
Sua teoria traz, como fator primordial, as cinco habilidades-chave da inteligência emocional: autoconhecimento, autocontrole, empatia, motivação e relações interpessoais, evidenciando que, quando desenvolvidas, elas estabelecem nosso êxito nos relacionamentos e na vida profissional.
Além disso, afirma que não é o Quociente de Inteligência (QI) e nem as habilidades técnicas que distinguem um grande líder de um líder apenas bom, e sim a sua inteligência emocional.
Sua tese afirma que a inteligência emocional restringe a redução dos níveis de ansiedade e estresse; acarretando em empatia, equilíbrio emocional, clareza nos objetivos de vida e capacidade de tomada de decisão, relações interpessoais sadias, melhor gestão do tempo, aumento de produtividade e de engajamento e comprometimento com metas, melhor autoestima e autoconfiança.
Ressalta que, essa inteligência pode ser aprendida e desenvolvida por meio de um exercício cotidiano com práticas estratégicas, específicas e conscientes, aperfeiçoadas com o auxílio da educação socioemocional.
As cinco habilidades-chave da inteligência emocional
Em seus estudos, Goleman afirma que, anatomicamente, a última parte cerebral a amadurecer é a inteligência emocional. Embora existam pontos que determinem o temperamento, vários dos circuitos cerebrais da mente humana são flexíveis e podem, sim, ser trabalhados.
A neuroplasticidade delineia o cérebro conforme a recorrência das experiências e hábitos vivenciados adotados diariamente, portanto, faz sentido investir em práticas regulares e sistemáticas que estimulem o autoconhecimento, a empatia e as relações interpessoais.
Goleman conclui que um indivíduo que aprenda a gerir suas emoções também consegue desenvolver melhor sua inteligência. Ele também argumenta que não existe uma carga genética que defina vitoriosos e fracassados no teatro da vida, ao invés disso, pontou como fator primordial para o desenvolvimento da inteligência emocional as cinco habilidades-chaves, são elas:
Autoconhecimento
É a estrutura que traz o reconhecimento de suas próprias emoções, a compreensão de suas forças e limitações, se autoconhecer pode impactar poderosamente o comportamento, trazendo boas vivências no contexto moderno e na tomada de decisões.
Autocontrole
É a base para controlar e gerir as próprias emoções, a identificação de gatilhos emocionais, o autocontrole de impulsos emotivos. A ação, de forma consciente sobre os próprios sentimentos e sensações, faz com que sejamos autores na nossa história, impedindo que nos tornemos prisioneiros dos nossos sentimentos.
Automotivação
É a força interna que direciona e impulsiona o alcance de metas, sonhos e objetivos pessoais. Sem motivação, não existe ação. Pessoas motivadas superam expectativas e se tornam comprometidas.
Empatia
É a habilidade de se colocar no lugar do outro, um sentimento genuíno que nos faz compreender e considerar o sentimento dos outros. Reconhecer as necessidades e desejos nos outros proporciona uma construção de relacionamentos mais saudáveis.
Relações interpessoais
É a habilidade de se relacionar, é a base de apoio para a liderança, popularidade e eficácia interpessoal. A capacidade de se relacionar bem é a base de comunicação assertiva e atenta. Aprender a se relacionar com pessoas nos traz a capacidade de sermos mais eficazes em tudo o que diz respeito às interações interpessoais.
Mas, o que é inteligência emocional?
É um conceito que surgiu em 1990, mas que foi popularizado por Daniel Goleman, em 1995, em seu livro intitulado Inteligência Emocional. Para Goleman, ser emocionalmente inteligente é ter a capacidade de gerir as suas próprias emoções. É um conjunto de competências que possibilita o indivíduo ser consciente e ativo na construção da sua história.
Trata-se, portanto, da execução de raciocínio para lidar com os sentimentos de forma a compreender e perceber a variação das emoções, identificando gatilhos externos, entendendo como funciona a mente para aprender a administrar suas próprias sensações e se autorregular.
O desenvolvimento de habilidades emocionais por meio da educação socioemocional é um fator indispensável na construção, na formação e no crescimento integral, pois a percepção e ampliação de habilidades socioemcoionais nos auxiliam na identificação da nossa singularidade, fazendo com que nos enxerguemos como únicos e insubstituíveis no palco da vida.
Somente assim, seremos capazes de elencar com facilidade nossas potencialidades, usando-as ao nosso favor e iremos olhar para o próximo de forma empática e resiliente. Um ser humano emocionalmente inteligente é aquele que consegue proteger e dirigir suas emoções.
O que é educação socioemocional?
É de extrema importância a educação socioemocional na formação do indivíduo, pois ele precisa desenvolver as habibilidades-chaves desde a mais tenra idade.
Por intermédio de práticas específicas e diárias da educação socioemocional, várias habilidades são estimuladas continuamente para que o estudante aprenda a gerir a mente e possua, no futuro, ter mais qualidade de vida, lidar melhor com as adversidades na carreira e na vida pessoal, além de ter mais capacidade em conviver bem com os outros.
As habilidades socioemocionais vão além de uma construção cognitiva, elas rompem barreiras, porque aprimoram valores que refletem no caráter do ser. Mas, afinal, o que é educação socioemocional?
É o desenvolvimento de práticas e habilidades, como: empatia, ética, autoestima, autoconhecimento e autoconfiança, que favorecem um crescimento emocional, comportamental, cognitivo e psicossocial mais saudável, permitindo que o indivíduo esteja preparado para lidar com suas emoções, pensamentos, adversidades e, por consequência, consiga aprimorar suas relações interpessoais.
Com a educação socioemocional, o estudante aprende a ser gestor da sua própria história e a ressignificar a maneira de lidar e ver a vida.
Qual contribuição Daniel Goleman trouxe para a educação socioemocional?
Diante de estudos da psicologia e da neurociência, sabe-se que o indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas sensações e sentimentos com mais facilidade, além de canalizar emoções para situações adequadas, controlar impulsos, praticar a gratidão e motivar as pessoas de forma saudável ao seu relacionar.
Daniel Goleman ressalta que a inteligência emocional pode ser desenvolvida a partir do momento que nos tornamos conscientes dos processos da nossa mente racional e emocional, praticando, treinando e aperfeiçoando a construção de novos hábitos, formas de pensar e práticas de se comportar.
À medida que o desenvolvimento de competências emocionais foi sendo estudado, elencado e aplicado mundialmente com a contribuição majestosa de Daniel Goleman, os seus estudos e pesquisas comportamentais expandiram e o conceito se popularizou em seu livro Inteligência Emocional, de 1995.
No livro, o psicólogo indicou a educação socioemocional como ferramenta primorosa de instrução de relações pessoais saudáveis e na formação e engrandecimento do seu em sua integralidade.
Para Goleman, a inteligência emocional é responsável pelo sucesso ou insucesso de um indivíduo, pois a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e o dos outros nos motiva a gerir com assertividade as emoções dentro de nós e nas nossas relações interpessoais.
Ou seja, quanto mais qualidade de relacionamento interpessoal tivermos, mais chances teremos de ser bem-sucedidos na nossa carreira profissional e vida pessoal. Segundo ele, os grandes líderes da história, empresários de sucesso e cientistas renomados geralmente mostravam elevado grau daquilo que se tornou conhecido, futuramente, como inteligência emocional.
Obras do autor:
- (1995) - Inteligência Emocional
- (1997) - Mentiras Essenciais, Verdades Simples
- (1998) - Trabalhar com inteligência emocional
- (1999) - Emoções que curam
- (2003) - Como Lidar com Emoções Destrutivas
- (2005) - A Arte da Meditação
- (2006) - Inteligência Social: O Poder Oculto das Relações Humanas
- (2009) - Inteligência Ecológica
- (2012) - O Cérebro e a Inteligência Emocional - Novas perspectivas
- (2014) - Foco: o motor oculto da excelência
- (2016) - Uma força para o bem
Frases de Daniel Goleman
- "O sentido da transferência de humor entre duas pessoas varia do mais expressivo ao mais passivo. No entanto, existem pessoas especialmente propensas ao contágio emocional, pois sua sensibilidade inata torna seu sistema nervoso autônomo (um indicador de atividade emocional) mais facilmente ativado".
- "O ensino de Sócrates conhece a si mesmo para perceber os sentimentos de uma pessoa ao mesmo tempo em que ocorrem, constitui a perda angular da inteligência emocional".
- "Quando as pessoas estão à vontade, é quando elas funcionam melhor".
- "Emoções negativas intensas absorvem a atenção do indivíduo, dificultando qualquer tentativa de atender a outra coisa".
- "Sem atenção seletiva, a experiência seria um caos completo".
- "O auto-engano opera tanto no nível da mente individual quanto no nível coletivo".
- "A facilidade com que uma sociedade despreza e até enterra visões discrepantes obviamente depende do conjunto de lacunas compartilhadas por seus cidadãos. Não percebemos o que não gostamos de ver e não percebemos que não percebemos".
- "O autocontrole exige autoconsciência e autoregulação, componentes-chave da inteligência emocional".
- "Se há duas atitudes morais que nosso tempo precisa urgentemente são autocontrole e altruísmo".
- "Não deixe o barulho das opiniões dos outros silenciar sua voz interior. E, o mais importante, tenha a coragem de fazer o que seu coração e sua intuição determinam. De alguma forma, você sabe o que realmente quer se tornar".
- "As emoções afetam nossa atenção e nosso desempenho".
- "Tensão emocional prolongada pode prejudicar as faculdade intelectuais da criança e prejudicar sua capacidade de aprender".
- "A chave para alcançar um alto quociente intelectual coletivo é a harmonia social".
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