Como definir seus objetivos financeiros e metas de curto, médio e longo prazo
Os objetivos financeiros definem o propósito do seu dinheiro e ajudam você a realizar seus sonhos. Ele indicam onde você quer chegar, em quanto tempo e quanto vai custar cada realização, tornando qualquer meta possível na sua vida financeira.
Vemos muitos investidores que estão começando a investir pulando uma das primeiras, e mais importante, etapas no planejamento de investimentos: a definição de objetivos financeiros. E isso pode custar muito caro, acredite!
Neste artigo, você vai entender quais são os pontos essenciais para começar a pensar nos seus objetivos financeiros. E, ainda, vai saber como montar a sua carteira para os objetivos de curto, médio e longo prazo. Acompanhe-nos nessa leitura!
Liquidez e risco dos investimentos
Antes de iniciar o seu planejamento, você tem que ter muito claro dois conceitos super importantes no mercado financeiro: risco e liquidez. A liquidez é a disponibilidade do recurso investido.
Ou seja, quando e com que facilidade você consegue resgatar o ativo. Assim: quanto maior o prazo, e menor a liquidez, maior tende a ser a rentabilidade. Podemos considerar o risco aqui como a volatilidade que determinado ativo pode ter.
Portanto, o quanto ele pode se desvalorizar em um determinado período de tempo. Quanto maior o risco, maior tende a ser o potencial de rentabilidade no longo prazo.
Para montar uma estratégia de investimentos baseada nos seus objetivos, você tem que saber como combinar muito bem esses dois fatores - liquidez e risco -e encontrar os investimentos mais adequados para cada prazo e perfil de objetivo.
Objetivo financeiro de curto, médio e longo prazo
O primeiro passo, então, é listar todos os seus objetivos financeiros e separá-los em 3 categorias. Veja:
- Objetivos de curto prazo: até 1 ano. Exemplo: troca de carro.
- Objetivos de médio prazo: de 1 até 5 anos. Exemplo: uma viagem internacional.
- Objetivo de longo prazo: maior do que 5 anos. Exemplo: troca de imóvel e a tão sonhada independência financeira.
Para cada uma dessas categorias, o ideal é que você monte carteiras separadas. Vamos te mostrar a seguir como organizar suas carteiras para cada um desses objetivos. Vamos la!
Carteira de curto prazo
A carteira de curto prazo deve ser montada, idealmente, 100% com renda fixa pós fixada - como o Tesouro Selic ou um LCI/LCA de liquidez diária. Isso porque essa é uma classe que rende todo dia um pouquinho, sem maiores oscilações.
Atenção! Como o prazo do seu objetivo aqui é curto, você não pode abrir mão de liquidez e nem se expor ao risco de este recurso se desvalorizar. Ou seja, a carteira de curto prazo necessariamente tem que ter uma alta liquidez e risco zero, ou muito baixo.
Carteira de médio prazo
A carteira de médio prazo se mantém também 100% em renda fixa - mas você já sabe começar a diversificar entre as suas 3 classes: pós fixada, pré-fixada e inflação.
Aqui, você pode abrir um pouco de mão a liquidez, alocando em títulos que tenham o prazo de vencimento mais longo e mais próximo ao prazo do seu objetivo (que proporcionará taxas mais atrativas).
Atenção! Consideramos que ainda é um prazo muito curto para se expor em renda variável, por isso o risco da carteira deve continuar baixo. Isso porque é normal que as classes de renda variável passem por períodos longos com um desempenho ruim ou negativo.
Resumidamente, a carteira de médio prazo pode ter uma liquidez mais baixa ou média, mas o risco deve se manter baixo.
Carteira de longo prazo
Na carteira de longo prazo, é importante você ter clareza de que o objetivo de independência financeira é diferente de outros objetivos financeiros, como a compra de um imóvel, por exemplo. Isso porque, para o objetivo de independência financeira - quando chegar a fase de viver de renda - você vai realizar retiradas graduais ao longo de vários anos.
Lembre-se: quando o seu objetivo demandar o resgate do investimento de uma vez só, ou em um período curto de tempo - como a compra de um imóvel em 7 anos, por exemplo - a composição da carteira deve ser muito mais conservadora.
Nesse caso, você até pode ter uma parcela em renda variável, mas muito menor do que a carteira de independência financeira. Além disso, ela vai gradualmente diminuindo até chegar 100% em renda fixa também a medida que o objetivo se aproxima. Já para a independência financeira, pode ser montada uma composição de carteira com liquidez mais baixa e risco um pouco mais alto para buscar uma rentabilidade maior.
Como fazer o planejamento de independência financeira?
Apesar de simples, este processo não é fácil. E não é fácil porque se trata de uma jornada que envolve uma série de comportamentos e hábitos que pouquíssimas pessoas têm. Além de saber como economizar e como investir, você precisa ter muita disciplina e determinação para chegar lá.
Por isso é muito importante que você se mantenha motivado! Mais do que isso, você precisa criar um planejamento financeiro detalhado e seguir fiel ao seu plano ao longo de alguns anos. Quer saber como começar seu planejamento financeiro?
Você precisa ter um pensamento de longo prazo e trabalhar bem as principais variáveis do processo. Abaixo, explicamos um pouco mais sobre estas variáveis. Não deixe de ler cada uma delas com calma!
1. Sua renda atual
Sua receita (o dinheiro que você ganha) é a sua principal ferramenta na sua busca pela liberdade financeira. E o motivo é bem fácil de explicar: quanto mais você ganhar hoje (seja salário, distribuição de lucros, comissões, etc), mais dinheiro você conseguirá juntar no final do mês.
Quanto mais dinheiro sobrar, maior o seu patrimônio será. Quanto maior for o seu patrimônio, maior será a sua renda passiva. E quanto maior for sua renda passiva, mais próximo você estará de atingir sua independência financeira.
2. Suas despesas atuais
Como já comentei, não existe uma fórmula exata para você alcançar sua liberdade financeira. Mas existe uma fórmula garantida para o fracasso financeiro. Esta fórmula é gastar mais do que você ganha, não é mesmo?
Para evitar cair nesta armadilha e ter que recorrer a empréstimos e cheque especial, você precisa levar um padrão de vida condizente com a sua receita. Mais do que isso: você precisa se acostumar a gastar muito menos do que o que você ganha.
Afinal, quanto menos você gastar, mais dinheiro vai sobrar. E a consequência de mais dinheiro sobrando é mais dinheiro trabalhando por você. Ou seja, tenha muito cuidado com suas despesas! Anote tudo o que você gastar e mantenha o hábito de criar orçamentos mensais. Busque sempre aprender mais sobre finanças pessoais, para criar bons hábitos financeiros e acumular dinheiro de maneira consistente.
3. Taxa de retorno de seus investimentos
A taxa de retorno de seus investimentos é o quanto seu dinheiro aplicado rende. Se você aplicou, por exemplo, R$ 1.000 num título público e resgatou R$ 1.120 um ano depois, seu rendimento foi de 12% (o cálculo é 1.120/1.000 - 1). Ao pensar na taxa de retorno, é muito importante que você considere o rendimento de seus investimentos acima da inflação, e descontado da despesa com imposto de renda.
Então, além de você ter que ficar atento ao retorno "bruto", que é como chamamos o retorno absoluto, é bom entender como cada tipo de investimento é tributado e jamais se esquecer de considerar o impacto da inflação na sua carteira. Quanto maior for a taxa de retorno de sua carteira de investimentos, mais rápido você alcançará sua liberdade financeira.
4. Horizonte de tempo
Outro ponto importantíssimo é o prazo de seus investimentos. Já ressaltamos em outros artigos o enorme poder dos juros compostos. Este poder é resultado de dois pontos: da taxa de retorno e do horizonte de tempo.
Um retorno de 12% sobre um investimento de R$ 1.000, conforme explicamos no tópico acima, pode parecer desestimulador. Afinal, seu lucro será apenas de R$ 120. Agora, um retorno de 10% acima da inflação sobre um investimento de R$ 1.000, repetido por 30 anos, significa um lucro de R$ 29.000 neste período.
Ou seja, você praticamente multiplica seu patrimônio por 30, neste prazo! Por isso, gostamos de dizer que R$ 1.000 economizados hoje não são R$ 1.000, e sim R$ 30.000.
5. Suas despesas no futuro
Este é outro fator importante que você deve levar em consideração no seu planejamento para o alcance da liberdade financeira. Afinal, nosso padrão de despesas muda conforme nossa vida via mudando. Uma adolescente que mora com os pais possui um nível de despesa muito inferior a um pai de família que paga as principais despesas do seu filho.
Assim, é sempre importante que você vislumbre qual será o seu nível de despesas futuras neste cálculo. Até porque existem despesas que crescerão acima da inflação conforme envelhecemos, como despesas com planos de saúde.
Além disso, também é natural que você crie hábitos mais caros conforme seu patrimônio cresce: isso significa mais viagens e mais gastos em pequenos luxos. Afinal, é na independência financeira que você irá "viver como ninguém mais?".
Se você leu até aqui, já domina o básico necessário para atingir sua liberdade financeira. Afinal, agora você já conhece o conceito, o que ela significa para você e as principais variáveis que você precisa monitorar neste processo.
Então, se você quiser ver o seu dinheiro crescer é começar a investir hoje. Comece agora mesmo e acelere a realização dos seus sonhos. Se gostou do artigo, curta e compartilhe conhecimento. Gratidão por ler até aqui...
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